segunda-feira, 12 de abril de 2010

O que vamos comemorar?

Postado por Lily Luz às 15:11

pais_e_filhos11

Jaime era morador do município de São Gonçalo-RJ. Vivia com sua esposa Lúcia e com o casal de filhos,  Marina e Pedro. Moravam numa kitinete, bem pequenininha, numa vila de casinhas. Pagava em média R$ 220,00 de  aluguel incluindo  as taxas de água e luz.

Jaime conseguiu um emprego de porteiro, num prédio na zona sul do Rio de Janeiro, era longe, mas ele já não aguentava mais viver de “bico”, queria um salário certo no final do mês. Mesmo que esse salário fosse o mínimo, R$ 420,00 na época.

Não gastava dinheiro de passagem, e como só trabalhava no período da noite, levava um lanche de casa, pra evitar o gasto fora de casa. No final do mês, depois de pagar seu aluguel e as taxas devidas, sobravam R$ 200,00 para as compras de mês e eventualidades, como remédio, gás ou algum reparo dentro de casa. Lazer era ítem fora da lista.

Quando Jaime estava pra completar um ano no serviço e tirar suas primeiras férias, decidiu que com o dinheiro das férias, ia tentar comprar um espaço, um terreno, pra talvez começar uma obra, precisava sair do aluguel. Através de um vizinho, descobriu que alguém vendia uma laje por R$ 1000,00, era no alto de um morro no Cubango em Niterói, município vizinho, mas era uma laje com 50 metros quadrados (!). Então naquele ano ele comprou a laje e no ano seguinte com o dinheiro das férias e mais um financiamento pequeno que conseguiu fazer numa loja de mateirais de construção, conseguiu levantar sua casinha, com a ajuda de amigos e vizinhos locais.

Livre do aluguel e pagando taxa mínima de água e luz, por causa da localidade, o salário de Jaime rendia mais. Com as crianças maiores, Lúcia passou a lavar e passar roupas pra fora, com isso conseguia as vezes até R$ 300,00 por mês. Jaime trabalhava a noite e Lúcia o dia inteiro. Com um pouco de folga agora no bolso, puderam pensar em um pouco de conforto. Fizeram um carnê de 12 prestações e compraram uma máquina de lavar, o que ajudou muito Lúcia. Com o dinheirinho de Lúcia, ela comprava material escolar pras crianças, roupas e podia comprar alguma coisa de comer mais cara, que normalmente não era comprada nas compras, como biscoito, iogurte, requeijão. Aquelas crianças eram os tesouros de Lúcia e Jaime. Marina dizia que um dia se formaria em médica pediatra. Pedro dizia que seria engenheiro, e que um dia faria uma casa bem grande e linda para os pais, perto da praia, dizia ele.

Quando terminaram de pagar a máquina de lavar, renovaram o carnê e puderam tirar uma televisão de 29 polegadas e um vídeo game pras crianças. As crianças nem dormiram naquela noite, tamanha era a euforia. No dia seguinte era aniversário de Jaime. Convidaram alguns vizinhos e comemoraram com um pequeno churrasco regado a cerveja e refrigerante. Neste dia Jaime estava de folga. Foi um dia feliz!

Na segunda-feira quando se preparava pra ir trabalhar, Jaime foi surpreendido por um temporal que o impediu de sair de casa. Ligou pro trabalho e avisou que não tinha condições de ir. Inclusive ouviu que a Ponte que liga Niterói ao Rio estava interditada por causa da forte chuva. Faltou luz. E dentro de casa escuridão, só se ouvia o barulho da chuva e dos trovões, acompanhados do clarão dos raios. Naquela noite e na seguinte, quando Jaime ainda não pôde ir trabalhar, eles dormiram os 4 juntinhos. Conversaram sobre planos futuros, Jaime contou que iria receber um aumento salarial, Lucia contou que pretendia viajar pra ver os pais que não via há 10 anos, as crianças decidiram que o próximo carnê seria um ar-condicionado para quarto do casal. O mundo se acabava do lado de fora, e  esperança crescia do lado de dentro daquela casa.

Na quarta-feira, Jaime saiu mais cedo que o de costume para ao trabalho, embora não chovesse mais, ele não sabia o que encontraria pela frente, o trânsito estava caótico por toda a cidade.

Como o serviço na portaria do prédio estava acumulado, aquela noite Jaime não assistiu a TV. Cuidou de suas obrigações, e quando percebeu estava na hora de voltar pra casa.

Voltando pra casa, ainda dentro do ônibus, ele ouviu burburinhos sobre uma tragédia num morro em Nitéroi, sem crédito no celular pra ligar pra esposa, teve que amargar a ansiedade e o desespero da viagem que não acabava nunca. Desceu do ônibus ainda em movimento, nunca andou tão rápido na vida. Chegando ao pé do morro onde morava, percebeu o alvoroço e aglomeração…sentiu o coração parar por alguns segundos. Não podia se permitir pensar em algo de ruim com sua família.

Jaime chegou pálido e sem forças ao aglomerado de pessoas que estavam falando alto e sem parar. Não tinha voz. Só tinha medo. E sofria por algo que ele ainda nem sabia que tinha acontecido. Foi quando um vizinho o avistou e com as mãos na cabeça, veio abraçar o amigo. O vizinho contou a Jaime a tragédia que aconteceu no Morro do Bumba, morro vizinho ao que eles moravam, e que eles tinham perdido amigos, e que crianças estavam desaparecidas, que toda imprensa estava no local, que o desespero era grande.

Jaime chorou. Avistou sua esposa e filhos. Conseguiu forças para correr e abraça-los. Olhou pro céu e agradeceu a Deus por tê-los encontrado com vida. Lúcia sugeriu que fossem pra casa de parentes, pois a situação de caos era generalizada, e a defesa civil havia condenado sua casa. Jaime pediu que ela levasse apenas os documentos e roupas, que não se preocupasse com o restante das coisas. Ele preferiu ficar e ajudar no resgate e no amparo daqueles que perderam suas casas, seus familiares.

Jaime chorou durante todo aquele dia. Pela alegria de ter os seus com vida, pela tristeza de ver amigos que perderam famílias inteiras…chorou indignado, pois sabe que muitos vivem nessa situação não porque querem, mas porque precisam, porque é o que podem ter.

…………………………………..

A história que você acaba de ler é fictícia. Jaime e sua família não existem, só nos meus pensamentos. Pelo menos não com estes nomes. Mas essa é a vida de quem mora em comunidade, quem vive de salário mínimo…
Essa pode ser a história de qualquer família do morro do Bumba. Jaime pelo menos não perdeu sua família.

Eu relutei muito pra escrever esse post, não gosto de escrever sobre assuntos tensos e pesados, mas por conta de um comentário que eu li num portal de notícias, deixados por uma internauta, eu tenho remoido pensamentos e minha vontade era de que ela lesse esse post. É uma pena que provavelmente isso não vai acontecer.

Ela disse, entre outras coisas,  que nessa hora de tragédia, é muito fácil culpar as autoridades, quando os pobres só sabem fazer filhos e puxadinhos em locais inadequados. Que dizem que passam sufoco, mas têm ar-condicionado e Tv de plasma. Que adoram fazer churrasquinho na laje (percebia-se o tom irônico na frase) e mesmo na tragédia ficam rindo pras câmeras de TV.

Eu acho que ela apagou o comentário, pois procurei e não achei mais. Mas o post com comentários diversos é este aqui.

Eu moro na Zona Norte do Rio de Janeiro. Se eu ganhasse um salário de R$ 3.000,00 e meu marido idem, ainda assim não poderíamos morar na Zona Sul ou Barra da Tijuca. O custo de vida é muito alto. Condomínio é alto, água e luz são altos, IPTU nem se fala! Mas eu vivo super bem, morando onde moro, porque é o que eu posso. Tenho minha casa própria, tenho carro, meu filho estudo numa boa escola, meu marido tem um bom emprego há mais de 20 anos,  mas tudo dentro do que EU posso. Não do que as pessoas acham que é certo.

O certo é ninguém morar em área de risco, em encostas, em morros…
Mas como alguém que ganha salário mínimo pode bancar um aluguel de R$ 500,00 pra morar em lugar adequado? Como alguém que parou de estudar pra trabalhar desde cedo, consegue um emprego melhor? Como alguém que trabalha 8 horas diárias e se alimenta mal consegue voltar a estudar pra se tentar outros rumos?

Conhecemos várias pessoas que se superaram, enfretaram todo tipo de adversidade e venceram. Fizeram faculdade, conseguiram um bom emprego, saíram da lama. Mas se formos falar em números, esses casos seriam irrelevantes diante de milhares de famílias que se encontram estagnados, na situação em que o Brasil hoje vive.

Bem…aí o assunto vira política e não  vou entrar nesse enredo. Não é preciso ter passado por dificuldade pra entender o porque de termos tantas comunidade carentes, gente correndo risco de vida.

Só que tem gente que acha que pobre tem que morrer quietinho porque tá todo errado. Que pobre não tem motivos pra fazer churrasco final de semana e nem beber pra comemorar nada. Vai comemorar o que??

Olha…desculpem o post enoooooorme. Na verdade eu nem espero que seja lido. É chato mesmo ler post grande. Mas hoje eu me permiti desabafar. Ou era isso, ou ia ficar deprê o resto do dia.
Não sei quanto a vocês, mas hoje aqui não tem churrasco. Mas tem comemoração. Vamos comemorar o fato de estarmos vivos, de termos um lugar quentinho pra dormir, de ter nossa família unida e todos com saúde. Não importa quanto você tem no bolso ou quanto você tem no banco, qual o tamanho da minha casa e qual o tamanho da sua…  quando eu e você morrermos, iremos ocupar o mesmo espaço no chão.

37 comentários:

Arti, o Rico disse...

Belo post Lily!

Merece sim ser lido inteirinho.

abs

Aninha @caimuitachuva - a distribuidora de virgulas_ SP É CAI MUITA CHUVA! [ABAIXO AO FANATISMO] disse...

Li inteirinho! :D

BI disse...

Acho que vc sabe que eu sou uma das que fico revoltada com comentários de gente que não tem idéia do que passa a maioria do povo brasileiro, e que acaba colocando a culpa nos mesmos...Qdo eu tinha 7 anos e meus pais ainda eram vivos, a casa em que eu morava, no interior de MG, foi condenada pela Prefeitura da época. Lembro de poucas coisas na ocasião, mas não me esqueço do choro convulsivo da minha mãe ao fazer a mudança apressada e tmb não me esqueço do meu pai contabilizar, em voz alta, tudo o que ele tinha lutado para construír a tão sonhada casa própria e que, naquele momento, voltaríamos novamente a morar de aluguel e até "de favor". Essa casa que foi condenada realmente foi construída em área de risco, mas que, como todo morador humilde que procura um local desses para se instalar, meu pai só descobríria isso quando o engenheiro da Prefeitura olhou nos olhos da minha mãe e disse: "A Sra. tem filhos pequenos? Se tem, na hora em que a Sra. ouvir um estalo, pegue-os no colo e corra!!! Sua casa está literalmente caíndo!!" Hoje, vivendo confortavelmente no meu apartamento, já educo meus filhos a não julgarem sem conhecer a história das pessoas.

Belo texto!!!
Bjs

marcela disse...

sempre leio mas nunca comentei aqui.muito bom o post e eu tb li inteiro

Carla disse...

muito bom seu post....

Giuliana disse...

Li todo o post e não achei grande, devido ao peso da verdade de cada palavra.

Me emocionei com a história fictícia, e concordo plenamente com o seu ponto de vista.

Infelizmente há muitas pessoas pobres de espíritos, mas são mais infelizes por serem tão materialistas e mesquinhas.

Beijos

Doug disse...

Tanta gente precisava ler esse seu texto, quem sabe aprendiam a ter um pouco de humanidade e menos preconceitos ridiculos.

Lilah - meio assim, sem bbb disse...

Lido inteiro, nem um pouco grande.
É fácil demais viver a vida do outro e achar que no lugar dele faria algo melhor. É fácil demais julgar quem perdeu tudo quando se está quentinho, bem abrigado e seguro. Quem nunca viveu de salário mínimo não tem ideia do que é. Eu tive a sorte de ter pai e mãe que nunca me deixaram parar de estudar e que se privaram de muita coisa pra que eu pudesse me formar e ter um bom emprego. Milhões nesse país precisam escolher entre estudar ou comer.

Elis (Coisas de Lily) disse...

Bia, a pior coisa é viver com medo. Você já passou por isso, sabe do que falo.
Eu tbm mostro pro meu filho que ele tem que dar valor a tudo. Ao teto, a cama, ao cobertor, a luz. Tem gente que prefere só olhar pro próprio mundinho e julgar o próximo.
bjs!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Obrigada Marcela! Aparece mais vezes e comente!
beijos!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Pra essas pessoas a gente reserva a pena. Pois nem dignos de nossa raiva eles são.
Bjs! Obrigada por comentar.

Elis (Coisas de Lily) disse...

Obrigada pelo comentário Doug.

Elis (Coisas de Lily) disse...

A realidade do país é tão diferente das contadas nas novelas, mas parece que o povo só acredita no que vê na ficção. A realidade é bem mais triste e menos fantasiosa.
Eu optei em ter apenas um filho porque quero poder dar o melhor pra ele, a vida é feita de sacrifícios e só alcançamos onde chegam as mãos.
bjs e obrigada!

Gloria Mariquinha disse...

Tocante e verdadeiro, seu post, amiga! Quem nunca passou por dificuldades na vida, que também não atire a primeira pedra. Beijos.

maite disse...

Oi Elis, lindo relato e enteno mto bem, pq aqui tbm matamos um leão por dia pra ter um minimo de condição, ja tive uma vida super estavel e pelos reveses da vida hj não tão bem, mas com mta dignidade, as pessoas que pensam que não temos direito de um churrasco nos fim de semana pra ele uma grande banana, bjos e to minha solidariedade ao povo do Rio que sofreu mais esse trauma, e como todo bom brasileiro continuamos firmes e fortes, bjos querida

Norminha disse...

Texto maravilhoso!! nos deixa sem palavras!!

fernandareali.blogspot.com disse...

Emocionante, porque é verdadeiro. Infelizmente, esse Jaime não é fictício, é real, mas vive com outro nome. Muitos Jaimes, com histórias idênticas, mas são invisíveis. A gente passa e não vê, até que uma tragédia acontece e a imprensa noticie. Amei. Beijos

Carolis disse...

Nossa, Elis, que texto lindo.
E não se preocupe sobre o tamanho dele, o texto está tão bem escrito e nos prende tanto que eu li sem nem perceber o tamanho.
Fiquei grudada no computador hehe

Concordo com tudo o que tu escreveste, sem tirar nem pôr. Tem gente que esquece que são seres humandos que estão passando por todas essas dificuldades; não importa a condição financeira, somos todos iguais.

Beijos

Elis (Coisas de Lily) disse...

Obrigada por comentar amiga!!!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Maite, minha flor!
Obrigada pelo apoio e solidariedade.
bjs!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Nossa...eu conheço dúzias de Jaimes!
bjs e obrigada!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Obrigada minha lindinha...o que seria de mim sem o apoio de vcs amadas!!!?
:-*

Ana disse...

Maravilhoso o texto.Pura verdade. Hoje estava vendo as reportagens da Revista Época que falava dos desastres causados pela chuva no Rio de Janeiro.Também moro no Rio e pude acompanhar um pouco da tragédia que foi. É uma pena que algumas pessoas ainda façam comentários como esses aí...de culpar um e outro(culpar é muito fácil)...de ironizar os outros...

Patricia Daltro disse...

Elis,
você sabe que atualmente estou desempregada e trabalhando como artesã, felizmente, o dinheiro obtido, fruto de muuuuito trabalho por mim e por marido, nos permite uma vida humilde, mas sem risco em uma casa no subúrbio do Rio.
Mas, ao meu redor, principalmente por que frequento feiras, não só de artesanatos, conheço pessoas exatamente como o protagonista do seu conto, que como opção só resta morarem em comunidades, em lugares nem sempre tão seguros.

Uma grande amiga minha, também feirante lá em laranjeiras, moradora de uma comunidade próxima ao morro dos prazeres, estava aos prantos esse final de semana, sua amiga de infância, moradora - não por opção, mas por ser o lugar que dava pra pagar, morava no morro dos prazeres, em Santa Teresa, e por um desses infortúnios, não estava na casa, quando desabou, mas as duas filhas - uma encontra-se hoje na CTI de um hospital público, a outra, desaparecida sobre os escombros.

Minha mãe, professora de escola pública da localidade, perdeu alunos e ex-alunos nessa mesma tragédia.

E ler comentários como você falou e muito doloroso. São pessoas que poderiam, e tenho certeza que não suportariam, passar um dia, apenas um dia, no lugar dessas.

Quanto ao churrasco na laje, a cerveja dos finais de semana, eles não tem direito? E como você falou, por serem pobres devem ser condenados a uma sobrevida? Triste ter que ler isso nesses dias tão pesados...

Dani_V_ disse...

Elis

Que texto mais lindo....a história do Jaime me arrepiou...enredo de música do Legiao Urbana.... O texto é longo? Nem percebi!
E como muitos já escreveram aqui, infelizmente isso td q vc escreveu é a realidade, tanto as tragédias como os julgamentos das pessoas q nao podem nem imaginar a dificuldade dessas pessoas. :-/

Grande beijo!

Elis (Coisas de Lily) disse...

Ai amiga...como a Maite disse, a gente mata um leão por dia, mas é feliz e tem motivos sim pra comemorar, né? Se passamos sufoco a gente sabe que poderia ser beeemmm pior. Obrigada pelo carinho...:-*

Elis (Coisas de Lily) disse...

Dani, valeu pela força!!!
:-*
Lisonjeadapor comparar meu texto os do Legião Urbana. ;-)

Martinha disse...

Elis
É isso ai, é muito fácil apontar o dedo e julgar, adorei o texto, se todo mundo pensasse como vc com certeza teriamos um mundo melhor

beijos

Elis (Coisas de Lily) disse...

Se não julgassem tava de bom tamanho. :-*

BECA disse...

Eu li o mesmo comentário que te indignou e fiquei quieta, mas triste. Ainda bem que não sou apenas eu ou você que enxerga a todos como iguais e muitas vezes as pessoas não tem realmente condições de morar em um loca adequado, q a culpa disso não é dela, mas sim, da desigualdade de renda, da falta de educação do Brasil,etc.
BJs, lindo o seu texto.

isa.figueired disse...

Elis, adorei sua estória, sua reflexão, seu post. A gente vê tanta indiferença o tempo todo, que é reconfortante quando alguém levanta a bandeira da sensibilidade e da solidariedade. Eu concordo com você, não importa o que, ou quanto nós temos, mas que consigamos perceber a necessidade de quem tem menos que nós. Sejam bens materiais ou não, temos de estar atentos ao que se passa ao nosso redor. E saber reconhecer e contar e agradecer as nossas bençãos. Pensando assim, temos muito a comemorar !
Beijinhos,

Vivi- @ninywise disse...

Caramba, mas uma vez vc me emociona. Comentei essa semana no TT exatament isso, que pobre tem que morrer calado e ainda receber a culpa por "escolher" viver em locais de risco. Morto não se defende, não é??Que País é esse! Parabéns pela sensibilidade! Amei o post ! ;)
Ps: Coração ficou leve? Vamos comemorar? Cheiro!

vanny marques disse...

Elis, parabéns... alguns textos precisam ser longos, e esse é o caso. Você falou por muitos de nós. Somos todos filhos de Deus e merecedores das melhores coisas. Essas catastrofes veem para nos alertar!!! É hora de exigirmos que aqueles 47% de impostos pagos por todos os brasileiros, inclusive o Srs Jaimes, tenha um destino adequado... é preciso que haja fiscalização e orientação aos mais necessitados para que encontrem um local adequado e protegido para montar o seu LAR. É preciso EDUCAR adequadamente os nossos filhos para que possamos JUNTOS pressionar as autoridades para investir melhor e trabalhar pelo bem estar do povo que constroe o nosso pais. É preciso responsabilidade na escolha dos dirigentes deste pais... É PRECISO VOTAR MELHOR!!!!!!!!!!!!!!!

Srta Beltrana disse...

Oi Elis!

Acho tão complicado saber tudo, ter respostas para tudo, julgar tudo e todos, absolver uns, culpar outros!
Prefiro não faz~e-lo!
Diante de tragédias como a de Niteroi, preocupa-me mais o que é possível fazer para ajudar quem precisa!
O deslisamento, a construção irregular, quem permitiu, por que permitiu ,são passado, diante da situação atual das famílias!
Esta situação é presente e premente!
Divulgar com o que, onde podemos ajudar, me parece mais prático e verdadeiramente solidário!
Moro em SC, e o jornal local , ontem focava nese aspecto, não na reprise intrterminável do sofrimento alheio...
Bj!

Alexandre Mauj Imamura disse...

Sabe... sua história é fictícia, mas creio que apenas pelos nomes. Quantos Jaimes não existem por ai...

Fiquei com o coração partido pelo ocorrido.
E tem gente que ainda aproveita para expor todo seu preconceito, através desse tipo de comentário. Como se fosse algo bom que tivesse acontecido, como se fosse uma história na qual o povo tem culpa. Culpa de ser pobre, de viver na miséria e na falta.

O que é mais triste: nem mesmo vendo toda essa tragédia, as pessoas que comentam da maneira citada amansam seu coração na tentativa de entender a dor alheia...

Sel disse...

Elis,
Parabéns pelo texto... tocante, verdadeiro, forte... qtos Jaimes passam por nós diariamente e nem os notamos... Que Deus dê muita força aos Jaimes... casa, bens materiais, com trabalho conquista-se novamente... vidas...só uma!!!
Muita tristeza com o ocorrido.
Bjs.

Tania Reis disse...

Excelente texto,e sua história certamente é a história de alguém...Um beijo enorme Elis !!

 

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