Houve um tempo em que as mulheres viviam em função de seus maridos, eu sei que hoje muitas ainda vivem, mas buscamos por um longo tempo o nosso espaço (Esse post não é sobre feminismo puro, prometo!).
Não foi à toa que queimamos sutiãs, que encurtamos as saias e desmembramos o maiô em duas partes, hoje minúsculas. Conseguimos ocupar cargos importantes, conseguimos ser ouvidas, temos uma lei que nos protege, temos até um dia internacional em nossa homenagem.
Hoje no Faustão, uma mulher, assistente de palco do Fausto Silva, disse que apoiava Maurício (BBB11) porque a Maria não tinha uma postura de “mulher adequada”. Tô refletindo essas palavras até agora.
O que mais me choca, é que não foi minha avó que disse essas coisas, ou até minha mãe, que teve outra criação. Foi uma mulher que foi mãe aos 15 anos em tempos de pílulas e camisinha. (oi?)
Hoje Carol Nakamura (a tal assistente) é dançarina do programa dominical. No tempo de vovó as dançarinas do Chacrinha não eram vistas como mulheres “adequadas”, e embora eu achasse a vovó cricri e preconceituosa eu relevava por toda uma carga de educação e cultura que ela trazia do tal tempo em que a mulher tinha no armário de casa uma coleção de aventais e só.
Maria…
Quando eu tiro o meu dia pra exercer meu lado doméstica, eu digo que tô no meu dia de Maria. Poderia dizer dia Amélia, de Rosa, de Lurdes…Todas nós temos nosso dia de Maria.
Maria era o nome da minha avó materna, e já escrevi uma vez em outro post, sobre outro assunto, o quanto minha avó era guerreira, mas era uma mulher sofrida.
As Marias de hoje são diferente, têm que ser!
A Maria Helena do BBB, é uma mulher dos tempos de hoje.
E não tô pedindo uma salva de palmas pro seu comportamento. Só digo que ela é uma pessoa como eu, como você.
Que sofre quando ama, perde a mão no relacionamento, enche a cara e faz besteira... E generalizo porque ela não é só igual a mim, ela tem um pouquinho de todos nós.
Ela paga as próprias contas, e se é exibindo ou vendendo o SEU corpo, no que ela me afeta? No que isso te afeta?
Maria mostrou nesses quase três meses de reality que é uma pessoa carente, doce, insegura, volúvel… mas cheia de sentimentos bons.
Acho interessante que todos choram e todos amam a história de Uma Linda Mulher, mas Maria não é a Júlia Roberts, e por isso deve arder nos mármores do inferno e sem chances de encontrar alguém que a respeite e a valorize. Hipocrisia.
Prefiro saber de toda a história de Meg Melilo e constatar o quão doce e verdadeira é Maria, do que comprar a história de preservadores da natureza, recicladores de lixo e defensores dos fracos e oprimidos. De ficção a TV tá cheia. Quero realidade!
E chega de falso moralismo!
“Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta”